Adoção de animais: saiba importância do ato de adotar um pet

Se você e sua família estão pensando em ter um animalzinho de estimação, porque não adotar ao invés de comprar? Adotar é um gesto de amor e carinho, uma vez que, além de dar um novo lar para um cachorro ou gato, você tem a chance de tirá-lo de uma situação precária ou de maus tratos. Além disso, você ainda ganha um companheiro fiel e uma companhia para os seus dias. 

Mas, como ajudar um animal que está passando por uma situação complicada na rua? De acordo com a médica veterinária da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ), Verônica de Sá Rolim, este é o órgão da Secretaria Municipal da Saúde que remove animais domésticos urbanos quando eles representam algum risco para a saúde pública, ou seja,  nos casos de agressão, suspeita de portar ou transmitir zoonose de relevância, invasão comprovada a instituições públicas ou locais em situação de risco, bem como nos casos de animais em estado de sofrimento para realização de eutanásia.

O ideal é que sempre que houver um cachorro, gato, cavalo ou qualquer outro bicho em uma situação que coloque em risco não somente a saúde do pet, mas também dos moradores da região, é indicado entrar em contato telefônico com a DVZ. Desse modo, os profissionais podem obter mais dados sobre o animal e removê-lo do local. 

Segundo a especialista, todos os bichinhos removidos pela Divisão de Vigilância de Zoonoses são escaneados para pesquisa de implantação de microchip. Os animais identificados são notificados ao proprietário, que tem até 05 dias úteis para fazer o resgate do seu companheiro de quatro patas. Mas, atenção: para levá-lo para casa é necessário que o tutor tenha em mãos uma comprovação de propriedade e pagamento de taxas públicas.

De acordo com Marcele Becker, vice-presidente da ONG Ampara Animal, apenas com a castração será possível realizar um trabalho de controle de ninhadas dos cães e gatos que vivem em situação de rua. “Nós temos um ‘Castra-Móvel’, que é um carro que a gente visitar várias regiões do estado e realizar esse trabalho. Além disso, nós também temos projetos parecidos em outros estados e cidades, como Fernando de Noronha”. 

Como adotar?

A adoção pode ser feita de duas formas: por meio de ONGs ou através da Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap) da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

Telma Rocha, médica veterinária responsável pela Cosap, explica que o alojamento municipal não é um lar definitivo, ao contrário, a estadia deve ser de curta permanência. Em consequência, para adotar os animais é necessário apresentar o RG e CPF do tutor, além do comprovante de residência recente e o pagamento de uma taxa pública de R$ 25,50. Além disso, é preciso levar coleira e guia ou caixa de transporte – no caso de gatos. 

Pela ONG Ampara Animal e pela ProCães, é possível preencher o formulário de adoção pelo site. Contudo, caso queira realizar uma visita é necessário agendamento prévio com a administração do local. 

Idosos X filhotes

Segundo Telma Rocha, grande parte das pessoas acredita que adotar animais filhotes facilita a interação, socialização e “educação” na nova família, e essa ação acaba restringindo e diminuindo a adoção de cães e gatos adultos, idosos ou que possuam alguma limitação física. “Ao contrário do dito popular, os bichos adultos possuem muitas vantagens, uma vez que o temperamento e o tamanho não irão sofrer alterações, eles farão menos bagunças e destruição de objetos, além de serem muito mais resistentes a doenças”, afirma a veterinária.

“Boa parte dos animais do Centro de Adoção da Cosap são adultos, idosos e portadores de doenças crônicas e todos com uma bagagem triste de abandono e maus tratos. Pensando nisso, criamos o cartão ‘Cuida Bem Idoso’, que é um programa de incentivo à adoção de cães e gatos idosos que estão alojados no Centro Municipal de Adoção”, explica Telma Rocha.

‘Vira-latas’ ou com pedigree? 

Infelizmente, até os dias de hoje, existe um grande preconceito com relação aos animais, sejam eles cachorros ou gatos, que não possuem raça definida, os famosos ‘vira-latas’. Por não possuírem pedigree certificado, muitas famílias dão preferência para a compra de animais, o que contribui para uma superlotação de ONGs e canis municipais.

Apesar de o bicho não vir de uma linhagem “nobre”, a ProCães afirma que existe um jeitinho para incentivar a adoção desses pets. “O estímulo se encontra justamente em sensibilizar as pessoas, contando um pouco a história de sofrimento de cada cão resgatado. Além disso, nós também contamos um pouco sobre a personalidade de cada um deles, trazendo ainda mais empatia e informação sobre o possível companheiro”.

“Eu acredito que todo mundo que tem um pet acaba sendo uma pessoa mais feliz. É logico que a gente tem que ter muita responsabilidade na hora de adotar um animalzinho, ter certeza de que estamos em um momento de vida em que a gente pode dar atenção para ele, morar em um ambiente que seja coerente e estar preparado pra recebe-lo. Mas, o amor e a alegria que ele nos traz é transformador”, relata Marcele, vice presidente da Ampara Animal.

Onde adotar

Centro Municipal de Adoção de Cães

Endereço: Rua Santa Eulália, 86, Santana. 

Horário de atendimento para adoção: das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 9h às 15h, aos sábados. 

Devido à pandemia por Covid-19, a visitação dos animais para adoção é realizada mediante agendamento prévio pelo site https://sp156.prefeitura.sp.gov.br/portal/servicos/informacao?servico=3676.

Ampara Animal

Endereço: Rua Manuel Jacinto, 249 – Vila Sônia, São Paulo
A adoção pode ser feita online através do site https://amparanimal.org.br/adote/.

ProCães

Endereço: Ibiúna, São Paulo
Horário de funcionamento: Aberto 24h
A adoção pode ser feita online através do site https://procaes.org.br/adocao-caes-sao-paulo/

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